← Voltar ao blog
ReuniõesEficiênciaGestãoDecisãoGovernança

Reuniões que decidem vs. teatro corporativo

O guia prático, com evidência global, para cortar o tempo de reunião sem perder controle.

Reuniões que decidem vs. teatro corporativo

🇧🇷 Português

Resumo em 2 linhas

Reuniões produtivas são curtas, com poucas pessoas, pre-work e outputs definidos.
O resto é teatro corporativo que consome foco, atrasa decisões e corrói valor.


O problema, com números

CEOs trabalham em média 62,5 horas por semana e gastam 72% desse tempo em reuniões. Isso não significa, por si só, decisões melhores. Em estruturas centralizadas, essa combinação empurra líderes para 7 a 15 horas semanais apenas aprovando e alinhando, com baixo retorno marginal.
Fonte: How CEOs Manage Time – HBR

O custo oculto aparece quando um encontro se multiplica em convites em cascata. O caso clássico das 300 mil horas por ano mostra como uma reunião executiva semanal, replicada por camadas, consome milhares de horas sem produzir valor proporcional.
Fonte: Your Scarcest Resource – HBR

Relatórios recentes confirmam a percepção do “dia infinito”: aumento do volume de reuniões/comunicação e reuniões ineficientes entre os maiores bloqueios de produtividade.
Fonte: Microsoft Work Trend Index


O que caracteriza reunião que decide

Pesquisas de referência convergem em quatro práticas simples e de alto impacto:

  1. Duração curta
    Blocos de 25 a 50 minutos aumentam foco e reduzem dispersão. Encerrar no horário melhora a satisfação e a eficácia.
    Fonte: Why Your Meetings Stink — and What to Do About It – HBR

  2. Poucas pessoas
    Convide quem tem contexto, quem executa e quem decide. Cada cadeira extra dilui responsabilidade e alonga o tempo de fala.
    Fonte: idem acima.

  3. Pre-work obrigatório
    Uma página com objetivo, opções, trade-offs, recomendação e decisão requerida. Chegar sem ler derruba a qualidade do encontro.
    Fonte: Stop the Meeting Madness – HBR

  4. Outputs claros
    Feche com decisão, responsável, prazo e primeiro check-in. Sem owner e data, vira conversa.
    Fonte: idem acima.


Playbook de 5 passos (aplicação em 2 semanas)

Semana 1

  • Padronize o pre-work de 1 página para encontros de decisão.
  • Reduza convites: máximo de 6 a 8 pessoas por decisão.

Semana 2

  • Ajuste a duração padrão para 25/50 minutos.
  • Termine cada reunião com quatro linhas: decisão, responsável, prazo, primeiro check-in.
  • Liste reuniões que serão substituídas por memorandos assíncronos.

Por que funciona: menos contexto difuso, mais tempo para ler antes, menos repetição, mais decisões por bloco. Evidência acumulada mostra que desenho + pré-trabalho reduzem tempo e elevam a qualidade.
Fontes: HBR (links acima).


Métricas mínimas para saber se melhorou

  • % de reuniões com pre-work enviado 24h antes
  • Tempo médio por decisão e decisões por reunião
  • Participantes por reunião e taxa de presença essencial
  • Cumprimento do horário (início/fim)
  • Adoção de “memorando em vez de reunião” (itens migrados)

Essas métricas conversam com os benchmarks de sobrecarga de comunicação do Work Trend Index.


Checklist de convite (copie e cole)

  • Objetivo em uma frase
  • Decisão requerida (verbo no infinitivo)
  • Opções A/B/C com trade-offs
  • Recomendação do owner
  • Quem decide, quem executa, quem é consultado
  • Documento de 1 página anexado 24h antes
  • Encerramento com decisão, responsável, prazo, primeiro check-in

Conclusão

Reunião boa parece simples porque é bem desenhada. Curta. Pouca gente. Pre-work. Saída concreta. O que não entrega isso é teatro corporativo. Redesenhar o formato devolve horas, acelera o ciclo de decisão e melhora a execução. Dá para começar nesta quinzena e medir o ganho no mês seguinte.


Referências essenciais


🇺🇸 English

Two-line summary

Productive meetings are short, with few people, required pre-work and clear outputs.
Everything else is corporate theater that burns focus, delays decisions and destroys value.


The problem, by the numbers

CEOs average 62.5 hours/week, 72% in meetings. In centralized setups, leaders end up with 7–15 hours/week just on approvals and alignment.
Source: How CEOs Manage Time – HBR

A single weekly executive meeting can cascade into 300,000 hours/year across the org.
Source: Your Scarcest Resource – HBR

Recent reports show soaring volumes of meetings/communication and inefficient meetings among top productivity blockers.
Source: Microsoft Work Trend Index


What decisive meetings look like

Four simple, high-leverage practices:

  1. Short duration (25–50 minutes). End on time.
    Source: Why Your Meetings Stink — HBR

  2. Few participants: context, execution, decision rights only.
    Source: same as above.

  3. Mandatory pre-work: one-page brief with objective, options, trade-offs, recommendation, requested decision.
    Source: Stop the Meeting Madness – HBR

  4. Crisp outputs: decision, owner, due date, first check-in.
    Source: same as above.


Five-step playbook (ship in two weeks)

Week 1: standardize 1-page pre-read; cap invites to 6–8 per decision.
Week 2: default to 25/50 minutes; close every meeting with decision, owner, due date, first check-in; replace eligible meetings with memos.

Why it works: less diffuse context, more reading before, fewer repeated statements, more decisions per block.


Minimum metrics to prove it works

  • % meetings with pre-work sent 24h ahead
  • Average time per decision; decisions per meeting
  • Participants per meeting; essential attendance rate
  • On-time start/finish
  • Adoption of “memo instead of meeting”

Closing

Good meetings feel simple because they’re well designed. Short. Few people. Pre-work. Concrete outputs. Anything else is theater. Redesigning returns hours, speeds the decision cycle and improves execution.


Core references