← Voltar ao blog
Gestão EscolarEstratégiaOKREducação

Do Básico ao Extraordinário: A Fórmula para Resultados Consistentes em Escolas

Por que fazer o básico bem feito é a base para resultados sustentáveis em escolas premium.

Do Básico ao Extraordinário: A Fórmula para Resultados Consistentes em Escolas

🇧🇷 Português

Do Básico ao Extraordinário: A Fórmula para Resultados Consistentes em Escolas

Resumo: Fazer o básico bem feito: priorizar, aprender e executar. É o que distingue escolas que alcançam resultados consistentes ao longo do tempo. Evidências internacionais, como estudos publicados pela Cambridge University e pelo Economics of Education Review, demonstram que práticas de gestão sólidas têm impacto direto na aprendizagem dos alunos.

Nos artigos anteriores falei sobre como organizar estratégia, tática e operação. A estratégia é o farol, o ponto de chegada no mapa. A tática é o GPS, que mostra o caminho e organiza a viagem. A operação são as tarefas do dia a dia: abastecer o carro, garantir que o motorista esteja habilitado, usar o cinto de segurança.

Pode parecer técnico, mas sem organizar esses três níveis o básico nunca sai bem-feito. E antes de sofisticar, é preciso dominar o básico. De nada adianta servir o melhor corte de carne acompanhado de uma massa crua e sem tempero. O cliente — seja em um restaurante, seja em uma escola — valoriza consistência.

Ao mapear desafios de escolas premium de São Paulo, chegamos a pontos recorrentes:

  • Resultados pedagógicos
  • Recrutamento e retenção de talentos
  • Custos operacionais
  • Manutenção e gestão de ativos e tecnologias
  • Compliance e regulação
  • Atendimento a estudantes e famílias
  • Gestão da evasão (cancelamentos e rematrículas)
  • Marketing e matrículas

A questão é: por onde começar? O caminho é o diagnóstico. Três critérios ajudam a classificar cada desafio:

  • Impacto esperado: efeito em retenção, evasão, desempenho ou receita
  • Esforço necessário: recursos financeiros, tempo e energia da equipe
  • Gap de gestão: distância até o know-how ideal, em processos, habilidades e liderança

Desse exercício surgem três aprendizados:

  • Aprender a priorizar. Como escreveu John Doerr em Measure What Matters: “Devemos perceber — e agir com base nessa percepção — que, se tentarmos focar em tudo, não focamos em nada.”
  • Aprender a teoria. Muitas vezes KPIs ou planos táticos parecem complexos e são ignorados. Como ensinava Vicente Falconi: “Não há resultado sem método, e não há método sem aprendizado contínuo.”
  • Aprender a colocar a teoria em prática. Teoria não é o mesmo que execução. É preciso disciplina, padrões e rotinas. Como dizia Einstein: “Insanidade é fazer sempre as mesmas coisas esperando resultados diferentes.”

Ao aplicar os critérios, vemos que resultados pedagógicos têm alto impacto, mas alto esforço. Já atendimento às famílias, gestão da evasão e custos operacionais aparecem como prioridades imediatas, de alto impacto e esforço moderado. Essas escolhas aliviam a pressão de curto prazo e liberam recursos para investir em desafios mais complexos no futuro.

Reflexão Pessoal e Evidências

Desde meus primeiros anos em gestão educacional, vi metas estratégicas serem definidas uma vez e esquecidas, sem ritos de acompanhamento e sem ação concreta. A operação vira um campo de urgências, impedindo o avanço estratégico. Acordamos cedo para apagar incêndios e nunca acumulamos energia para construir táticas e estratégia robustas.

Pesquisas confirmam essa percepção:

  • Um experimento randomizado em larga escala publicado pela Cambridge University (Puccioni & Cavalcanti, 2025) avaliou 80 escolas no Rio de Janeiro, com mais de 31.000 alunos. Programas de coaching para gestores, focados em rotinas simples de gestão, geraram ganhos de +0,22 desvios padrão em leitura e +0,24 em matemática, mantidos por dois anos.
  • Um estudo no Economics of Education Review (Tavares, 2015), com escolas de São Paulo, mostrou que práticas como monitoramento de desempenho, definição de metas e incentivos tiveram impacto positivo nas notas de matemática, com ganhos maiores entre alunos de menor desempenho.

Embora a literatura trate principalmente de escolas públicas, a lógica é universal: gestão clara e consistente gera resultados. Em escolas privadas premium, isso significa não só desempenho acadêmico, mas também melhor experiência das famílias, retenção de talentos e sustentabilidade financeira.

Conclusão

A ansiedade de resolver tudo ao mesmo tempo gera dispersão, más execuções e frustração. O extraordinário nasce da consistência no básico. Priorizar, aprender e executar são os três pilares de resultados sustentáveis.

Essa é, em essência, a fórmula para resultados consistentes em escolas: do básico ao extraordinário.


💬

Na sua experiência, qual prioridade básica bem executada mais transformou os resultados da sua escola?
Compartilhe sua visão nos comentários do LinkedIn.


🇺🇸 English

From Basics to Extraordinary: The Formula for Consistent Results in Schools

Summary: Doing the basics well — prioritizing, learning, and executing — is what sets apart schools that achieve consistent results over time. International evidence, including studies published by Cambridge University and the Economics of Education Review, shows that solid management practices have a direct impact on student learning.

In previous articles, I discussed how to align strategy, tactics, and operations. Strategy is the lighthouse, the destination on the map. Tactics are the GPS, organizing the route and structuring the journey. Operations are the daily tasks: fueling the car, ensuring the driver is licensed, fastening the seatbelt.

It may sound technical, but without aligning these three levels, the basics are never done well. And before sophistication comes, one must master the basics. There is no use serving the finest cut of meat with raw, unseasoned pasta. Clients — whether in restaurants or in schools — value consistency.

When mapping the challenges of premium schools in São Paulo, the following issues emerged:

  • Pedagogical results
  • Recruitment and retention of talent
  • Operational costs
  • Maintenance and management of assets and technologies
  • Compliance and regulation
  • Student and family service
  • Retention and dropout management
  • Marketing and enrollment

The question is: where to start? The answer lies in diagnosis. Three criteria help classify each challenge:

  • Expected impact: effect on retention, dropout, performance, or revenue
  • Required effort: financial resources, staff time, and organizational energy
  • Management gap: distance from ideal know-how in processes, skills, and leadership

From this exercise, three lessons emerge:

  • Learning to prioritize. As John Doerr wrote in Measure What Matters: “We must realize — and act on the realization — that if we try to focus on everything, we focus on nothing.”
  • Learning the theory. Concepts like KPIs or tactical plans often seem complex and are overlooked. As Vicente Falconi taught: “Não há resultado sem método, e não há método sem aprendizado contínuo.” (“There are no results without method, and no method without continuous learning.”)
  • Learning to put theory into practice. Theory is not the same as execution. It takes discipline, standards, and routines. As Einstein said: “Insanity is doing the same thing over and over again and expecting different results.”

Applying these criteria shows that pedagogical results have high impact but high effort. Meanwhile, family service, dropout management, and operational costs emerge as immediate priorities: high impact, moderate effort, and significant management gaps. These choices ease short-term pressure and free resources to invest in more complex challenges in the future.

Personal Reflection and Evidence

Since my earliest years in educational management, I have seen strategic goals defined once and then forgotten, with no follow-up rituals and no concrete action. Operations become a battlefield of urgencies, preventing strategic advancement. We wake up early to put out fires and never accumulate the energy to build robust tactics and strategy.

Research confirms this perception:

  • A large-scale randomized experiment published by Cambridge University (Puccioni & Cavalcanti, 2025) evaluated 80 schools in Rio de Janeiro, with more than 31,000 students. Coaching programs for principals, focused on simple management routines, generated gains of +0.22 standard deviations in reading and +0.24 in math, sustained for two years.
  • A study in the Economics of Education Review (Tavares, 2015), with schools in São Paulo, showed that practices such as performance monitoring, goal setting, and incentive schemes had a positive impact on math scores, with larger gains among lower-performing students.

Although most Brazilian literature still refers to public schools, the logic is universal: clear and consistent management generates results. In premium private schools, this translates not only into academic performance but also into family experience, talent retention, and financial sustainability.

Conclusion

The anxiety of trying to solve everything at once leads to dispersion, poor execution, and frustration. The extraordinary is born from consistency in the basics. Prioritizing, learning, and executing are the three pillars of sustainable results.

This is, in essence, the formula for consistent results in schools: from basics to extraordinary.


💬

In your experience, which basic priority well executed most transformed your school’s results?
Share your thoughts in the LinkedIn comments.