Por que OKRs são bússola, não cura
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Por que os OKRs São uma Bússola e Não uma Cura
Resumo: A gestão está sempre se reinventando. Novos métodos e ferramentas surgem a cada ano e merecem nossa atenção. Mas nenhum deles deve ser tratado como bala de prata, solução universal para todos os problemas. Estratégia, cultura e OKRs só funcionam quando aplicados com disciplina e contexto.
A Ilusão das Balas de Prata
Nas últimas décadas, a gestão foi marcada por ondas de novidades: Qualidade Total, Reengenharia, Balanced Scorecard, Ágil, OKRs, Transformação Digital e agora Inteligência Artificial. Cada prática surgiu cercada de entusiasmo, prometendo resolver todos os desafios das organizações.
É importante estudar essas inovações e extrair o que há de valor. O erro está em acreditar nelas como curas definitivas. Assim como na medicina, não existe remédio milagroso que funcione para todas as doenças. Estratégia, tática e operação exigem tratamentos diferentes.
Estratégia: Visão de Longo Prazo
A gestão estratégica existe para definir objetivos de longo prazo, fomentar inovação e explorar novos mercados. Não pode ser reduzida a rotinas operacionais. Um ciclo como o PDCA pode ajudar a manter consistência, mas nunca substituirá a estratégia.
É nesse ponto que entram os OKRs (Objectives and Key Results). Eles não são métricas de conformidade. São uma bússola que aponta a direção e obriga os líderes a olhar além das urgências do dia a dia.
OKRs, Ritos e Cultura
Os OKRs perdem valor quando tratados como métricas de bônus. Em vez de inspirar ambição, geram medo. Usados corretamente, estimulam ousadia, experimentação e erros inéditos — os que ensinam.
Para funcionar, os OKRs precisam estar presentes nos ritos de gestão. Precisam de espaço na agenda, lugar em reuniões de liderança e visibilidade na organização. Sem comprometimento e acompanhamento, viram documentos estáticos que ninguém revisita.
Em algumas das minhas experiências, os objetivos estratégicos eram definidos e depois esquecidos. Sem ritos estruturados e engajamento da liderança, até os melhores frameworks falham.
Embora estratégicos, os OKRs devem permeiar todos os níveis. Devem estar nas metas de líderes estratégicos, no nível tático e também visíveis para times operacionais, salvo os confidenciais. A cultura é quem sustenta esse alinhamento, funcionando como o sistema imunológico da organização.
Rompendo o Ciclo Vicioso
Muitas empresas entram em um ciclo vicioso: focam em apagar incêndios operacionais porque não têm sistemas adequados, e não constroem sistemas porque estão ocupadas demais apagando incêndios. Romper esse ciclo exige que a liderança priorize tempo, processos e até um olhar externo que desafie o status quo.
Volto em breve com novidades.
Pensamento Final
Toda novidade em gestão traz valor quando adaptada ao contexto. O erro é tratá-la como modismo ou solução definitiva. Nenhuma ferramenta sobrevive sem cultura, disciplina e plano de ação. Estratégia só funciona quando a cultura a sustenta e quando os OKRs atuam como bússola, não como cura.
Este artigo abordou estratégia, cultura e OKRs. No próximo, falarei sobre gestão tática e operacional, e como a cultura continua permeando todos os níveis.
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Se os OKRs são uma bússola, qual foi o direção mais valiosa que ela te revelou? Qual rito mais mudou o jogo: check-ins semanais, revisões mensais ou matar um Objective desalinhado no meio do trimestre?
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Why OKRs Are a Compass, Not a Cure
Summary: Management is constantly reinventing itself. New methods and tools emerge every year and deserve our attention. But none of them should be treated as a silver bullet, a universal solution to every problem. Strategy, culture, and OKRs only work when applied with discipline and context.
The Illusion of Silver Bullets
Over the past decades, management has been marked by waves of innovation: Total Quality, Reengineering, Balanced Scorecard, Agile, OKRs, Digital Transformation, and now AI. Each new practice arrives with enthusiasm, promising to solve every organizational challenge.
It is important to study these innovations and extract what is valuable. The mistake is to believe in them as definitive cures. Just as in medicine, there is no miracle drug that works for every disease. Strategy, tactics, and operations each require their own approach.
Strategy: Long-Term Vision
Strategic management exists to set long-term goals, drive innovation, and explore new markets. It cannot be reduced to operational routines. A cycle like PDCA may help with consistency, but it will never replace strategy.
This is where OKRs (Objectives and Key Results) come in. They are not compliance metrics. They are a compass, pointing the organization toward a direction and forcing leaders to look beyond day-to-day urgencies.
OKRs, Rituals, and Culture
OKRs lose their value when treated as bonus metrics. Instead of inspiring ambition, they create fear. Used correctly, they encourage boldness, experimentation, and unprecedented errors — the kind that teach.
To work, OKRs must be part of management rituals. They need time on the agenda, space in leadership meetings, and visibility across the organization. Without commitment and follow-up, they become static documents that no one revisits.
In some of my experiences, strategic goals were defined once and then forgotten. Without structured rituals and leadership engagement, even the best frameworks fail.
Although OKRs are strategic, they must permeate all levels. They belong in the goals of strategic leaders, in tactical management, and should be visible to operational teams, except when confidential. Culture is what sustains this alignment, serving as the immune system of the organization.
Breaking the Vicious Loop
Many companies get trapped in a vicious loop: they focus on operational firefighting because they lack proper systems, and they fail to build those systems because they are too busy firefighting. Breaking this cycle requires leadership to prioritize time, processes, and external perspectives that challenge the status quo.
More info coming soon.
Closing Thought
Every management innovation brings value when adapted to context. The mistake is to chase them as fads or treat them as definitive solutions. No tool survives without culture, discipline, and a plan of action. Strategy only works when culture sustains it and when OKRs act as a compass, not as a cure.
This article focused on strategy, culture, and OKRs. The next one addresses tactical and operational management, and how culture continues to underpin every level.
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If OKRs are a compass, what’s the most valuable direction they helped you spot? Which ritual moved the needle most: weekly check-ins, monthly resets, or killing a misaligned Objective mid-quarter?
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